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Satyananda aconselha ao
praticante ativar o chakra ajna antes de qualquer outro. Justifica dizendo que, uma vez
desperto, este chakra tem o poder de anular o carma; dessa forma ele ajuda a diminuir os
perigos que podem surgir quando o carma dos chakras inferiores é ativado. A seguir,
apresento um resumo de seu parecer sobre o chakra ajna.
Derivada originalmente das raízes sânscritas, com o sentido de "saber" e de
"seguir", a palavra ajna significa "comandar". Por esta razão, o
termo ajna é frequentemente utilizado como "centro de comando", o qual recebe
orientações de um guru (veja a seguir). Localiza-se no ponto em que os três nadis
principais (ida, pingala e sushumna) se fundem para formar uma única passagem, que
continua a subir até o chakra sahasrara. Parte da combinação da energia vital aqui
reunida, provinda dos três nadis, flui para o sahasrara, enquanto o restante se dispersa
pelos corpos físico, astral e causal. No chakra ajna os três nadis formam o
Rudra-granthi ou o nó de Shiva, o terceiro dos "nós" psíquicos que devem ser
desatados para que a kundalini se eleve até o sahasrara. No corpo físico, o ajna
relaciona se diretamente com a glândula pineal e com o ponto entre as sobrancelhas, ponto
este frequentemente escolhido para a concentração neste chakra.
O chakra ajna localiza-se na extremidade oposta do sushumna com relação ao chakra
muladhara, e qualquer alteração ocorrida num reflete instantaneamente o mesmo efeito
sobre o outro. Os símbolos contidos nesses dois chakras também se assemelham: ambos
possuem um triângulo invertido, o simbolo da força geradora ou criadora.
A concentração no ajna coloca o praticante em contato com grandes forças existentes nos
nadis ida, pingala e sushumna, levando-o a profundas alterações psíquicas e à
purificação da mente. Uma vez alcançada tal purificação, o iogue pode praticar com
segurança a concentração nos demais chakras. Entretanto, se este estágio não for
cumprido com rigor, o praticante correrá grandes perigos devido à ativação do carma
acumulado nos outros chakras, especialmente no muladhara, considerado o maior depósito de
carma. Com o chakra ajna ativo, o praticante é capaz de manter a calma sem ser afetado
quando essas forças são desencadeadas.
Ao ativar-se o chakra ajna, o praticante entra em contato com a consciência superior
através da liberação do grande acúmulo de energia latente na glândula pineal.
(Observe que Satyananda associa o ajna com a glândula pineal, enquanto Leadbeater o
associa com a glândula pituitária.) "Contato com a consciência superior" pode
parecer uma concepção um tanto vaga, e de fato trata-se de um assunto um pouco difícil
de explicar. Refere-se ao contato direto com o "guru interior" ou seja, uma
fonte inata de profundos conhecimentos e uma grande ciência existente no interior do
chakra ajna de todas as pessoas. Também é possível entrar em contato com o "guru
exterior" - o anjo da guarda das pessoas. Quando o praticante entra num estado de
concentração profunda, a autopercepção e a consciência do ego desaparecem
temporariamente; assim, ele pode ouvir a voz do guru interior e do exterior. Por esta
razão, o chakra ajna é conhecido como "centro de comando". Comunicações
telepáticas e percepção de clarividência também podem ser desenvolvidas com o
despertar do chakra ajna.
No interior do círculo do diagrama que representa o chakra ajna existe um triângulo
invertido. Ele simboliza o criador, a força mãe, a força material e a manifestação.
Em contrapartida, o triângulo em pé (como o encontrado no yantra do chakra anahata)
representa a consciência-percepção inativa. O corpo astral pode ser observado
extra-sensorialmente em três formas, representado por Shiva-lingas nos chakras muladhara,
ajna e sahasrara. No muladhara, ele é visto como uma coluna de gás cinzento inconstante.
À medida que nossa concentração se aprofunda, o corpo astral aparece bem escuro (preto)
no chakra ajna. Com uma concentração contínua, este Shiva-linga toma-se iluminado, como
uma luz brilhante no sahasrara. Esses três estágios são conhecidos como consciência
astral indistinta, escurecida e luminosa, o que representa a purificação e a evolução
progressiva da mente.
A sílaba OM, o mantra bija do chakra ajna, localiza-se no interior do círculo; trata-se
do símbolo da superconsciência. Acima da lua sobreposta e do bindu (um ponto) existe a
cauda esguia, que representa a parte mais sutil da consciência. As duas pétalas
localizadas a cada lado do círculo encerram as sílabas Ham e Ksham, os mantras bija de
Shiva e de Shakti, respectivamente.
Satyananda vê a aura do chakra ajna de cor cinzenta, apesar de admitir que os outros
pesquisadores a descreveram como transparente. Leadbeater, por outro lado, afirma que o
ajna emite uma aura de cor violeta escura. Tais descrições assemelham-se no que diz
respeito às cores escuras; as ligeiras diferenças podem ser atribuídas ao fato de
Satyananda referir-se a aura existente na dimensão astral, ao passo que Leadbeater
descreve a aura etérica.
Características: intelecto, compreensão, força de
vontade, determinação, paciência, perdão e bem-aventurança.
Aspectos Negativos: bloqueio intelectual, dificuldade em ver as coisas
como são, orgulho e soberba. |